Wednesday, September 20, 2006

Dia 15


Sexta-feira era dia de oficinas na universidade. A primeira era a oficina de direção, com a professora Nazli. Ela nos ensinou o método Gotowski de ensaio, usando trechos de Romeu e Julieta. Foi um trabalho já um tanto físico, mas tranqüilo, gostei bastante. E tive a chance de dirigir um trechinho pequeníssimo, duas linhas só. E não ficou tão ruim.
Em seguida, após o workshop de direção, tinha um outro de métodos de ensaio, com foco e técnicas de aquecimento e relaxamento. Esse era conduzido pelo Anthony e pela Lorna, que trabalharam conosco algumas técnicas de ensaio usando objetos, música e nós mesmos. O Anthony fez um curso de relaxamento e aquecimento em Portugal que envolvia uma massagem primeiro relaxante e depois, energizante e uns passos de dança estranhos. Fora os passos de dança, as outras técnicas foram legais. E, no final, a Lorna nos convidou e produzir um trecho de texto em fluxo de consciência enquanto escutávamos uma música. É muito estranho começar a escrever um troço desses, mas depois de um tempo, flui (deve ser por isso que chama "fluxo"... dã!). Transcrevo meu textinho horroroso aqui: "Flavia my name Brazil saudade has no translation rugby match today music now brother and sister stream of consciousness can't spell anymore eyes relax watching you black floor white and red pen can't read what I'm writing inside too conscious too self-aware moving you eyes again I've already used this one key in my pocket no pocket keep writing keep walking Johnny Walker red label red pen blue eyes next year maybe I shouldn't wait nor think about anymore eyelash fingertips breathing just keep writig anything that comes to your mind I hate phrasal verbs and the present perfect no I don't hate it any longer". Detalhe pros curiosos: tem várias palavras e frases aí que eram da música que eu tava escutando.
Encerrada a oficina, vim pra casa encontrar o Gareth e a Claire pra irmos ao estádio de Murrayfield assistir a uma partida de rugby. Antes, evidentemente, fomos a um pub encontrar os amigos do Gareth, que também joga rugby. Eu nunca tinha ido a um jogo antes e nem sabia nada a respeito do esporte, só sabia que era parecido com futebol americano, do qual eu também não entendo lhufas!
Chegamos ao estádio, compramos ingresso (com desconto de estudante) e fomos sentar. Era o time de Edimburgo contra o de Ulster, a Irlanda do Norte. Fomos torcer pra Ulster porque o Gareth é de lá. Mas eu fui com uma camiseta do Brasil... risos. Eles estavam todos com camisas de Ulster. O interessante no rugby é que não tem aquela rivalidade furiosa do futebol, as torcidas sentam misturadas e não dá briga. Agora, o jogo: basicamente, o objetivo é chegar do outro lado do campo e fincar a bola (como se aquilo fosse uma bola...) no chão, o que eles chamam de touchdown. Quando alguém consegue a proeza, bate um pênalti, que vale 3 pontos. Mas é difícil conseguir o touchdown, porque só pode passar a bola pra trás (!), mas pode chutar pra frente. Às vezes, parece meio sem objetivo, porque eles chutam pra onde tá virado o nariz e pega a bola quem tá mais perto, não interessa de que time é. E claro, assim que alguém sai correndo com a bola, os jogadores adversários têm que se atirar no coitado pra impedi-lo de correr e tentar roubar a bola. E a montoeira piora quando os companheiros de time do que tá com a bola tentam afastar os adversários. Eu só não descobri quando o juiz sabe que é falta ou só amontoação. A Claire me disse que quando passam a bola pra frente, é pênalti pro time adversário e quando batem acima dos ombros, também é falta. Mas no bolo, eu realmente não sei, nem eles.
Acabou o jogo, Edimburgo ganhou por 20 a 15... e nós voltamos pro pub. E depois, viemos pra casa arrastando o Gareth, que tava bêbado.

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