Sunday, September 17, 2006

Dia 6


Quarta-feira era dia de matrícula. Antes de ir pra universidade, a Claire e a Eva me convidaram pra dar um passeio no centro. Elas iam de tarde, então eu sugeri de combinarmos hora e local de encontro. Mas o Gareth disse que ia conseguir um celular pra mim. Ele me emprestou um aparelho antigo dele e me (ven)deu um chip que ele tinha conseguido baratinho com um amigo. Colocamos o chip no aparelho, mas como era um número pré-pago, tinha que colocar crédito pra ele começar a funcionar. Tudo bem, anotei o telefone da Claire e disse que ia mandar um torpedo pra ela pra gente se encontrar. Juntei minha papelada e fui pra universidade. Cheguei cedo, 10h40, sendo que minha matrícula tava marcada pras 12h. Fui na lojinha que tem lá comprar créditos pro celular - o valor mínimo é £10. É igual ao Brasil: um papel com uma série de números que a gente tem que digitar depois de fazer uma ligação. Só que eu não consegui fazer a ligação, a porcaria tava sem sinal. Já viu um celular gsm sem sinal... pois é, tem. Enfim, cansei de tentar conseguir colocar crédito naquela coisa e fui almoçar no restaurante, que de RU só tem a bandeja. É bem carinho pra ser restaurante universitário... mas comi uns canelones bem bonzinhos. Saí dali e entrei na fila quilométrica do povo esperando pra fazer matríula. E já comecei a ver aquelas figuras estranhas que costumam vagar por cursos de teatro... hehehehehehe. Dali a pouco veio uma tia dar instruções: a gente tinha que descer uma escada, entrando na padaria (é, isso mesmo), ir na primeira mesa e dar o nome, pegar uma ficha, sentar e conferir os dados da gente, escrever qualquer alteração e ir até qualquer pessoa que estivesse trabalhando nos computadores pra entregar a ficha. Fiz tudo isso e a moça do computador me mandou passar para o ginásio, pra pegar meu cartão de estudante e a agenda. Só que pra pegar o cartão, tinha que ter mandado uma foto tempos atrás e eu não mandei. Não tem problema, a gente faz na hora. E tinha ali umas pessoas tirando foto da gente, que já passava direto pro computador, pra impressora e já saía prontinho o cartão. Não sei pra que mandar a foto com antecedência, então... risos. Peguei o cartão, peguei a agenda, peguei a ficha pro departamento financeiro (ai) e o livreto da tal da indução de TI e da biblioteca. Cheia de papel, subi a escada e peguei um ônibus pro centro.
No centro, primeira coisa: fui numa loja da O2, a operadora do meu chip, tentar fazer o celular funcionar. O cara mexeu, olhou, testou aparelho e chip e chegou à conclusão que o aparelho que não prestava. A intenção foi boa. Quando me dei conta que não ia encontrar as gurias, resolvi que eu ia até a polícia, porque por algum motivo obscuro brasileiros têm que fazer um registro lá. Num folheto que me deram, dizia pra pegar ônibus na Hanover Street, o 24 ou o 42. Fui até lá, peguei o ônibus e fui cuidando no mapa. Desci perto da Fettes Row e fui andando, andando... até eu descobrir que a polícia não era lá, era na Fettes Avenue, que é mais longe. Nem aparece no meu mapa. Me irritei e voltei a pé pro centro. Ainda parei numa loja de produtos pra cabeleireiro no caminho pra comprar um pente, porque quebrei o meu ainda no Brasil. Só que não existe pente de madeira nessa terra!! Comprei um de plástico, mesmo. Mas acho que vou começar a importar pente de madeira e revender!
Cheguei em casa de noite e contei a função pras gurias. Conversamos bastante aquele dia, elas perguntaram várias coisas sobre o Brasil... e elas descobriram que lá faz frio também e às vezes até neva; que a gente fala português e não espanhol e que a nossa capital é Brasília e não o Rio. E a Eva me perguntou o que significava "Mas que nada", título da música do Dorival Caymmy que tá fazendo sucesso na Europa na versão do Sérgio Mendes com os Black Eyed Peas.
Até que foi um dia bom, no fim das contas.

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